O antropologo aventureiro alemão Leo Frobenius tomou conhecimento sobre um certo reino mitico
de Ife, e decidiu no ano 1908 ir até ele, mas somente em 1910 que o
antropólogo chegou em Ifé, e neste mesmo ano as famosas esculturas
realmente vieram a luz. Em tres semanas de escavações no bosque sagrado
ele econtrou esculturas de terracota (argila cozida em forno) cujo realismo o impressionara profundamente.

-Terracotas de Ile Ife
Juntamente com estes exemplares de terracota ele encontrou o que viria a ser o primeiro dos muitos outros exemplares de bronze. Era a cabeça de Olokun, o Rei do Mar, que estava sob a posse de uma pessoa da cidade. Ela era tão linda e sofisticada que Frobenius pensou ser impossivel ela ter origem africana, devido a mentalidade racista de sua epoca, e ele pensou que fosse de Origem Grega ou Indo-Européia. E por causa do fato dos Ioorúba terem uma deidade do mar ele identificou o Reino de Ife como sendo possivelmente o Reino perdido de Atlântida.


-Cabeça de Obalufon e cabeça de Olokun
O que chamou mais a atenção foi o incrível realismo que concedia aos exemplares uma vivacidade que não estava presente nas obras da Europa na mesma epoca.

-Exemplo de Arte medieval Europeia do mesmo periodo, escultura de Richard Segundo.
Ele chegou a publicar essas ideias racistas e eurocentricas no "The Illustrated London News", em 1910, sob o titulo "Misteriosas Cabeças de Bronze de Ife: Arte Africana Digna de ser classificada com os objetos de Arte da Italia e da Grecia". Ideias essas que mais tarde foram descartadas como hipotese devido a outras descobertas de exemplares de bronze mais antigos escavados em 1939, esses do seculo 10, provando que era uma tradição africana autonoma.
Descobriu-se depois que alguns desses exemplares eram feitos quase unicamente de cobre puro, os europeus não sabiam como fundir cobre dessa forma nesta epoca.
Foi este um período dourado na cultura de Ifé, interrompido pela realidade de escravidâo e dos conflitos entre as diferentes etnias e reinos africanos, e depois continuada pela escravidão além do continente (a diáspora africana). Devido a esses lamentáveis acontecimentos da época, o que seria feito em seguida pelos artistas de Ife se essas catastrofes humanas não tivessem ocorrido, não sabemos.
O povo de Ife consiste em uma das etnias mais populosas da Africa Ocidental, os Iorúba. Os mesmos que trouxeram ao nosso Brasil o culto e a cultura relacionada aos Orixas.
Muitas pessoas pensam que a Africa não tem Historia nem grandeza, alem da Egípcia e da Núbia. Estas obras de arte nos mostram que ha mil anos a Africa contava com uma importante e sofisticada cultura urbana, as pessoas nao viviam apenas em vilarejos mas sim em grandes centros comerciais e urbanos. Comerciavam atravessando o Saara para chegar ao mediterraneo. A Africa forma uma grande parte do nosso mundo e tem feito parte de sua Historia, embora muitos nao queiram que todos tenham consciencia disso. A Africa não foi e nem e apenas escravidão e miseria, ela foi e tem sido realeza, nobreza, desenvolvimento, pra quem sabe e quer focar a parte certa da coisa, rs.
E não temos apenas esse exemplo de Ife, temos a cultura Nok, o Reino do Zimbabue, Reino Nri, dentre muitos, muitos outros.
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